quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Meu senhor tarda!

Comentário de Mateus 24,42-51

Para alguns o Senhor “está a tardar” ou não virá mais. Esse tipo de exclamação pessoal é sem dúvida a pior praga moderna incutida na mente de alguns cristãos contemporâneos. Deixar de pensar que Deus existe ou ignorar que ele possa estar vivo é ateísmo dos mais severos. Jesus convida os seus a um pensamento atento, a uma vigilância cuidadosa, sem cochilo. É próprio do dono da casa, por saber em que hora virá o ladrão guardar-se, assim como seria próprio que os cristãos se guardassem, por não saber a hora, esperando a chegada do seu Senhor. Mas, acreditamos no julgamento? Será que para nós existe essa possibilidade? Ou pensamos como muitos e justificamos a vinda do Senhor como algo metafórico, escrito para causar medo e moralizar pessoas. Para nós existe pecado? Existe julgamento? O ateísmo que mata dia a dia a nossa fé e que se impõe no sorrateiramente até nas mentes consideradas mais elevadas e partindo delas às menos preparadas, tem sido o meio mais visível da expressão “meu senhor tarda”. Bebendo e comendo com os embriagados ficam os cristãos a mercê da anestesia mental e perdem-se à sorte dos hipócritas.

É lamentável que a espera do Senhor tenha se tornado um tipo de desventura em que somente os tidos por loucos ainda acreditam nela. Mas, quando se tem por louco quem crê nisto, se atribui loucura aquele que ditou tais palavras. Sim, se se considera loucura crer na volta gloriosa do Senhor, atribui-se ao próprio Jesus essa loucura, pois quem disse que voltaria foi ele mesmo, não foram os cristãos que invetaram essa ideia, não foi nenhum dos apóstolos que comunicou o devido cuidado e a vigilante espera, foi o próprio Mestre, ele fala sobre virgens imprudentes, sobre vinhateiros infiéis, sobre hipócritas, sobre festa de núpcias e dá mais outros tantos tipos de exemplos a não serem tomados.

A vigilância deverá ser a marca do cristão moderno, essa marca não deixa dúvida sobre sua espera consciente e atenta. Em tempo oportuno, se encontre no seu devido lugar, homens e mulheres, cristãos verdadeiros, a alimentar a fé em Deus por meio do seu testemunho. Pois se o mundo não crê que Deus exista e porque não existe não fará juízo, creiamos nós sem hipocrisia e sem pacto com a embriaguez moderna.

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