quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Os quatro empregados

Comentário de Lucas 12,39-48

Há quem viva como se Deus não existisse, outros que acreditam em Deus e nada fazem, e ainda uns que não o conhecem e só vivem.

No primeiro grupo estão alguns que receberam de Deus o mandado de estar à frente dos de sua casa. Mas vivem o ateísmo prático, que age sorrateiramente à soleira da porta da casa de Deus, que desconfia de sua presença e desacredita na sua volta e se tornou opção consciente desses maus administradores. Esse primeiro empregado, que negligencia a volta do seu senhor e assim vive comendo, bebendo, embriagando-se, espancando criados e criadas, por pensar que demora ou não mais virá o seu senhor, provará destino horrendo. Esse incrédulo mesmo sendo administrador, tem um pensamento mal, suas ações são más, como não acredita que volte o seu senhor será encontrado na infidelidade. O segundo empregado que conhece a vontade do seu Senhor, mas não é conforme tal conhecimento e fica espreitado pela sua preguiça, não provará o mesmo destino mas responderá por sua inércia. Por ter se omitido, por conhecer e não ter agido, sua timidez custará muitas chicotadas. Talvez tenha supervalorizado a sua fraqueza ou estagnado na sua limitação mas o que consta é nada ter feito, nada ter preparado ele é o típico usufruidor passivo, conhece mas não age e nada prepara. Há um terceiro empregado, este é ignorante, não conhece, mas age mau, merece castigo por sua ação, mas não pelo seu conhecimento, esse sofrerá o seu castigo, brando em comparação ao destinho dos dois primeiros. Talvez o que lhe garanta destino menos rigoroso seja a infidelidade do primeiro que não lhe deu alimento em tempo oportuno e a paralisia do segundo que não tornou aparente a vontade do senhor de todos.

Parece que desconhecer é melhor e menos rigoroso, só parece, pois o desconhecer priva da intimidade, como também não é mais valioso que a fidelidade que deságua na felicidade do homem que se encontra prudente e zeloso para com os bens do seu senhor. Este empregado que antecede todos os outros provará de todos os bens do seu senhor, será de tal forma recompensado que terá sobre tudo o poder de administrar. A fidelidade permite ao empregado prudente ser semelhante ao seu amo.

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